A primeira vitória da Geórgia

in Expresso, 14 de Outubro 2022

A equipa vencedora, oriunda da Geórgia, formada pelos quadros Alexander Shapovalov e Dinara Muratova. O país participou pela primeira vez neste evento e arrecadou a sua primeira vitória internacional nesta competição de estratégia e gestão

COMPETIÇÃO

Final internacional 2021 O evento decorreu em Santiago de Compostela, em Espanha, e envolveu 15 países. Portugal ficou com a quinta posição da tabela classificativa

A equipa da Geórgia, formada por dois quadros, venceu a final internacional da edição de 2021 do Global Management Challenge. Foi a primeira participação deste país nesta competição de estratégia e gestão e a sua equipa alcançou a vitória. Ao todo, estiveram a disputar o título de campeão 15 países, e Portugal atingiu a quinta posição.

Santiago de Compostela, em Espanha, acolheu, nos dias 4 e 5 deste mês, a final internacional. O evento reuniu os vencedores nacionais dos países onde a competição se desenrola e realiza-se sempre no ano seguinte à edição a que diz respeito. No país vizinho estiveram a competir pelo título de campeão 15 países (estavam previstos inicialmente 20), sendo que 10 o fizeram de forma presencial e cinco online.

Como é habitual nas finais internacio­nais de cada edição, realizou-se uma semifinal, onde os países foram organizados, de forma aleatória, em grupos. No grupo azul competiu Angola, Equador, Estónia, Geórgia e Portugal. No grupo verde, o Azerbaijão, Brasil, Colômbia, Itália e a anfitriã, Espanha. Estes dois grupos competiram de forma presencial. O terceiro grupo, o vermelho, das equipas que competiram online, englobou a Índia, Macau, Panamá, China e Polónia.

Durante a semifinal, realizada no dia 4, os participantes tiveram de fazer cinco tomadas de decisão, englobando áreas como marketing, finanças, produção e recursos humanos, e apenas duas equipas de cada grupo, as que obtiveram o melhor desempenho das suas empresas, passaram à finalíssima, que se realizou no dia seguinte. Disputaram a etapa final Portugal, Geórgia, China, Azerbaijão, Espanha e Índia. Na finalíssima, as equipas tiveram mais uma vez de realizar cinco tomadas de decisão de gestão e venceu a que obteve o melhor desempenho da sua empresa.

UMA INICIATIVA ESPALHADA PELO GLOBO
O Global Management Challenge, organizado há mais de 40 anos em parceria pelo Expresso e a SDG, está presente em mais de 30 países. A sua primeira edição decorreu em Portugal em 1980 e a internacionalização arrancou no ano seguinte, com o Brasil. Desde aí, a sua expansão internacional nunca mais parou e tem parceiros em cinco continentes. Este ano, e depois da Rússia, foi a vez de Espanha receber os participantes de todo o mundo.

“Este é um campeonato de oportunidades de conhecimento. Queríamos ganhar. A minha estratégia é: não penses, faz e caminha para a vitória”, referiu Alexander Shapovalov, líder da equipa da Geórgia, após saber da vitória. No dia da finalíssima afirmou que a competição não estava mais difícil, mas sim mais interessante. Tinham o mesmo cenário da semifinal para trabalhar e algumas das equipas já conheciam a sua forma de atuar. Mesmo assim, Alexander Shapovalov estava confiante na vitória, o que se concretizou. “Somos quadros, temos experiência de vida e de como gerir algo, o que ajuda. Mas temos de estar concentrados”, explicou.

Esta foi a primeira vez da Geórgia numa final internacional do Global Management Challenge. O líder georgiano referiu que, “depois desta participação, a competição irá crescer no nosso país”. É dono de uma empresa e, fazendo um paralelismo entre a vida real e a prova, afirmou que o mais complicado na competição é “tomar decisões difíceis em pouco tempo. No meu dia a dia tenho mais tempo e pessoas ao meu redor que me dão informação e a sua opi­nião, e depois tomo a decisão final, e isso não se passa aqui”. Mesmo assim, terá tomado as decisões mais corretas com a sua colega de equipa, já que venceram este desafio.

A China conta com cinco vitórias internacionais, mas este ano, tal como na edição passada, voltou a ficar na segunda posição. A Índia ficou novamente em terceiro lugar

A segunda posição na tabela classificativa foi para a China, com uma equipa de estudantes. No ano passado o país ficou nesta mesma posição. “Com esta competição compreendemos melhor toda a operação de uma empresa”, contou Wen Lingyou, chefe da equipa chinesa. Depois da China ficou a Índia, na terceira posição, a mesma do ano passado, com uma equipa de quadros. No dia da finalíssima, afirmava Senkguttuvan Jeyaramakarixhna, líder da equipa, que Portugal ou Espanha poderiam vencer.

Espanha alcança quarto lugar

Um resultado que não se concretizou, já que Espanha ficou com a quarta posição e Portugal na quinta. “Sentimos a pressão, como anfitriões, para obter um bom resultado. O histórico é o mesmo, mas é difícil saber como o mercado irá reagir”, referiu Antonio Tabanera Manzanares, da equipa espanhola, formada por estudantes, durante a finalíssima.

Em quinto ficou a equipa portuguesa, formada por três quadros da EDP. Multicultural, esta equipa incluiu uma portuguesa, uma polaca e uma brasileira. “Estamos contentes por termos ficado no top 5, queríamos ter chegado ao pódio, mas não foi possível. Mas a experiência foi ótima, as amizades, o networking e representar Portugal deu-nos experiência para ver a empresa como um todo e tomar as melhores decisões”, revelou Cláudia Guterres Reis, da equipa nacional. Já para a sua colega, Andressa Bade, “a melhor parte foi conhecer gente do mundo inteiro, o que é um grande aprendizado”. Para Katarzyna Zawadzka, e tendo em conta que os três elementos da equipa trabalham em geografias diferentes, esta foi uma “oportunidade para nos conhecermos pessoalmente”. Para a equipa portuguesa a concorrência foi mais forte, daí o resultado obtido. No dia da finalíssima, com o mesmo histórico do dia anterior, não sabiam se deveriam ou não usar a mesma estratégia. Na semifinal, e perante uma empresa em expansão, tinham apostado numa estratégia de investimento para conseguir gerar lucros.

A equipa do Azerbaijão, formada por quadros e estreante nesta final do Global Management Challenge, conseguiu alcançar a sexta posição

Na sexta posição da tabela classificativa ficou a equipa do Azerbaijão, também estreante numa final internacional. Formada por cinco quadros, Mammadli Elnur, o seu líder, afirmava que este desafio “ajuda os quadros a olharem para a empresa no seu todo, onde temos de analisar tudo para tomar decisões”. No dia da finalíssima, e perante equipas que já tinha defrontado, acreditava que o importante era “ser criativo, tomar decisões fora da caixa para fazer a diferença e vencer”.

Espanha contou com o apoio da Junta da Galiza na organização desta final internacional. Dela fizeram parte, para além da competição em si, visitas a monumentos e um passeio a pé por alguns quilómetros do Caminho de Santiago, como se os participantes fossem peregrinos. Marta Fernandes, diretora do Centro Superior de Hosteleria de Galicia, salientou no evento a importância para a região de receber este desafio, que “reúne o talento de diferentes paí­ses”. Alejandro Seguro, presidente do júri do Global Management Challenge Espanha, também acompanhou a prova. Antigo participante, guarda boas recordações das finais internacionais que integrou. Na sua opinião, “na final nacional aprendemos a gerir uma empresa, a analisar e a tomar decisões. Mas quando se chega à fase internacional, o melhor são as relações que se criam com quem tem os mesmos interesses. Conheci pessoas de todo o mundo e fiz negócios com algumas devido ao Global Management Challenge”.

Jornalista/Expresso: Maribela Freitas
Fotos: Xaime Cortizo

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