in Expresso, 7 de Março 2020
Na edição de 2019 da prova, a adaptação da estratégia face aos resultados obtidos e uma liderança dinâmica foram fundamentais para o sucesso.
Ana Margarida Passos e António Caetano, professores e investigadores do ISCTE-IUL, analisam anualmente o comportamento e eficácia das equipas que participam no Global Management Challenge, através da realização de inquéritos durante a prova. O papel do líder, como contribuiu para o sucesso do todo e a importância da adaptabilidade e dos ritmos do trabalho estiveram em análise na edição de 2019.
“As pessoas gerem o seu tempo de trabalho de formas diferentes, umas preferem um ritmo constante ao longo de um projeto, outras trabalhar sob pressão, trabalhando mais intensamente próximo do tempo limite. Este aspeto é especialmente crítico no início da competição e diminui de relevância ao longo do tempo. Os resultados obtidos sugerem que o mais importante é os membros da mesma equipa terem ritmos de trabalho semelhantes ou, em alternativa, que consigam desde o início tirar partido da diversidade, como por exemplo distribuir tarefas de acordo com o perfil de cada um”, explica Ana Margarida Passos.
Outra das conclusões tiradas é que a capacidade de adaptação e, consequentemente, o resultado final obtido na prova foi claramente influenciado pela capacidade de a equipa refletir coletivamente sobre os resultados alcançados, sendo capaz de rever os objetivos iniciais e alterar a forma como abordam os problemas.
Ana Margarida Passos conta que no ano passado a “dinâmica dos conflitos nas equipas mostrou-se especialmente relevante”. Enquanto o conflito de tarefa, ou seja, a perceção de desacordo entre as equipas acerca do conteúdo das decisões e ideias estimula a eficácia do trabalho conjunto, o conflito relacional, caracterizado por dificuldades interpessoais entre os membros, diminui a sua eficácia. O mesmo sucede com o conflito relativo à gestão do tempo. “O domínio de competências para gerir estas dinâmicas por parte dos líderes e dos membros das equipas constituiu um fator de sucesso para o seu desempenho”, salienta a docente.
Segundo esta análise, as formações que em 2019 foram mais eficazes “asseguraram a liderança da dinâmica da equipa desde o início da competição”. Refletiram ainda sobre o seu desempenho e funcionamento, tendo sido capazes de introduzir alterações em função dos resultados e de reduzir os conflitos relacionais e de gestão de tempo desde o início deste desafio.
A gestão da diversidade numa lógica de oportunidade e a adaptação da estratégia e do funcionamento da equipa face aos resultados obtidos na competição, de forma a construírem soluções plausíveis, foram ainda, de acordo com estes investigadores, determinantes para conseguir bons resultados no Global Management Challenge 2019.
Jornalista/EXPRESSO: Maribela Freitas
Foto:DR