in Expresso, 3 de Junho 2017
Miguel Velez, fundador e CEO da Unlock Boutique Hotels, integrou a competição nos anos 90 e conta que esta foi uma experiência que o marcou.
A participação no Global Management Challenge foi para Miguel Velez uma oportunidade enquanto estudante de gerir uma organização de grande escala, onde obteve conhecimentos que o têm guiado ao longo do seu percurso empresarial. Miguel Velez tem 44 anos, é licenciado em Administração e Gestão de Empresas pela Universidade Católica Portuguesa e tem um MBA em Marketing realizado na Porto Business School.
Após ter terminado a licenciatura em 1997, ingressou no mercado de trabalho e esteve ligado a startups e processos de reestruturação em médias e grandes empresas. Depois de ter criado uma empresa de brindes publicitários durante o seu período de faculdade, em 1999 avançou com outra, de webdesing, que vendeu mais tarde. No início de 2017 fundou a Unlock Boutique Hotels e a RateGain Portugal, tecnológicas ligadas ao sector do turismo. Entre estas duas etapas empresariais o seu percurso foi aquilo que apelida de “carreira em ziguezague, privilegiando a polivalência e o cruzar de experiências e o conhecimento entre as várias áreas e sectores”.
Lição de humildade
Foi nos anos 90 que Miguel Velez integrou uma equipa no Global Management Challenge, quando estava ainda a estudar.
Motivou-o a vontade de saber mais sobre o mundo empresarial, uma vez que o negócio que nessa altura já tinha criado era uma microempresa e o jogo de gestão permitia-lhe liderar uma grande empresa. “Já passou algum tempo, mas marcou-me até aos dias de hoje. Foi a primeira aproximação ao mundo real em empresas complexas, entenda–se com vários departamentos e áreas, onde percebi claramente que gerir é uma combinação de conhecimento, estudo em profundidade de várias cenários e a coragem da escolha daquele que consideramos ser o melhor, que certamente nem sempre será, mas que nos levará a outras oportunidades”, revela.
Na altura em que se inscreveu achou que podia ganhar, mas a sua equipa não passou da primeira volta. Começou em primeiro no grupo e terminou em último, o que para este antigo participante foi “uma importante lição de humildade”.
Aprender a gerir
Relembra ainda que foram tempos emocionantes. As decisões eram enviadas por fax a partir da direção da universidade ou da associação de estudantes e dois dos seus professores, Alberto Castro e Pedro Krug, acompanhavam de perto o desempenho das equipas e davam sugestões.
“Entre alunos tínhamos um espírito competitivo muito grande, embora saudável e divertido. Era o assunto de todos os intervalos, fazíamos noitadas e aproveitávamos os intervalos das aulas para tentarmos simular os vários cenários”, explica. A ansiedade ao sábado de manhã para comprar o Expresso e ver o resultado e a posição alcançada foi também uma constante ao longo das semanas de jogo.
E, mais do que as componentes técnicas que sabia da faculdade, Miguel Velez revela que o que mais ganhou foi a sua aplicação à realidade. “Aumentar a produção para satisfazer determinada oferta do produto A, diminuir a mesma no produto B, investir em marketing, tudo isso era um cruzar de matérias e conhecimento fantástico.”
Jornalista/Expresso: Maribela Freitas