in Expresso de 17 de Outubro de 2009
Antigos participantes do Global Management Challenge a trabalhar dentro e fora de Portugal, contam o que aprenderam nesta competição
A passagem de Paulo Conde, John Alves e Mário Barbosa pelo Global Management Challenge remota há vinte anos. De lá para cá, desenvolveram carreiras internacionais e nacionais e explicam como esta prova lhes abriu os horizontes.
Paulo Conde está a trabalhar fora de Portugal desde 2005, altura em que foi para Bruxelas, como assessor e especialista em inteligência empresarial do director geral do sector químico do grupo Solvay. No início deste ano assumiu funções como assessor de desenvolvimento para o comité executivo deste grupo. Da sua passagem por este desafio, no início dos anos noventa, recorda “o espírito de equipa e o quase realismo da competição”. Acrescenta que todas as experiências são momentos e oportunidades de aprendizagem, desenvolvimento e revelação. Esta participação não foi excepção. Um dos aspectos mais interessantes da competição foi, para Paulo Conde, o exercício de tentar decifrar lógicas ou comportamentos de mercados, consumidores, competidores ou organizações que assentam basicamente na natureza humana dos respectivos consumidores, gestores e colaboradores. “A participação no Global Management Challenge foi importante por permitir ter uma experiência muito próxima da realidade da gestão de um negócio em todas as suas vertentes”, refere Paulo Conde. Além do mais, deixou-lhe o ‘bichinho’ da gestão que, como o próprio afirma, “se foi alimentando com outras experiências e mais tarde acabaria por se revelar”.
Mas nem todas as pessoas sentem de igual forma uma mesma experiência. O maior ensinamento que John Alves retirou da prova foi a necessidade de “definir caminhos claros sobre o que pretendemos alcançar, as respectivas opções para lá chegar e, depois, ter a capacidade de adaptar essas opções em função do momento. É ter uma estratégia clara e a flexibilidade suficiente para concretizá-la de diversas formas”. John Alves era estudante quando passou pela competição em 1992 e confessa que o Global Management Challenge lhe abriu “os horizontes para a forma como temos de olhar para a gestão”. Isto porque teve de tomar decisões sem estar na posse da totalidade das informações e aprendeu a ser flexível perante os cenários que lhe eram apresentados.
Em termos profissionais e após um percurso nacional e europeu, John Alves trabalha há seis anos para a McDonald’s e é responsável pela coordenação da área de marketing para os mercados do sul da Europa, englobando países tão diversos como a Grécia, Marrocos e Suíça.
Mário Barbosa também trabalha na McDonald’s, mas como director geral para Portugal. Há vinte anos participou pela primeira vez no Global Management Challenge onde dirigia uma empresa de forma simulada e hoje sente na pele a responsabilidade da gestão real. “A passagem pela prova deu-me indicações importantes, nomeadamente compreender a interacção entre as diversas áreas de uma empresa, pois não há decisões independentes. Temos de tomar decisões com pouca informação, bem como interpretar, perceber e antecipar a concorrência e ter uma estratégia que seja flexível e se adapte ao decorrer da competição”, afirma Mário Barbosa. Na sua opinião este desafio é realista e credível. Na altura em que participou como estudante, encontrou aqui uma oportunidade de aplicar conhecimentos que simultaneamente lhe alargou a sua noção do que é a gestão de uma empresa.