in Expresso, 10 de Janeiro 2015
António Caetano e Ana Passos, professores do ISCTE-IUL, analisaram o desempenho das formações que em 2014 integraram a prova.
No Global Management Challenge os participantes têm de tomar decisões com a informação de que dispõem num espaço de tempo reduzido. Neste contexto, e para António Caetano e Ana Passos, docentes e investigadores do ISCTE-IUL, o trabalho em equipa eficaz pode ser diferenciador no seu desempenho.
Desde 2003 que António Caetano e Ana Passos investigam anualmente o comportamento e desempenho das equipas que integram a competição através da realização de inquéritos que analisam diversos parâmetros. Na última edição responderam ao inquérito dos professores 488 participantes de 249 equipas distintas, o que correspondeu a quase 60% das formações que integraram a prova. Os resultados obtidos permitiram verificar como as formações operaram e o que as tornou mais eficazes.
Para António Caetano “o trabalho em equipa é um aspeto fundamental para o sucesso nesta competição. O Global Management Challenge caracteriza-se por ser uma simulação empresarial em que os participantes têm oportunidade de treinar em simultâneo competências técnicas e de trabalho em equipa”.
O que faz a diferença
Segundo Ana Passos, o desempenho das equipas no Global Management Challenge depende, além do domínio técnico e do manual da competição, de um conjunto de processos cognitivos, afetivo motivacionais e de coordenação/liderança, relacionados com o seu funcionamento. “Quando os membros da equipa têm um entendimento comum sobre os aspetos fundamentais do funcionamento da sua equipa e das decisões que têm de tomar, conseguem adaptar com maior facilidade os seus comportamentos aos restantes membros e às alterações que acontecem no mercado em que estão inseridos”, revela. Também a gestão das emoções, especialmente ao nível dos conflitos entre os membros é um aspeto diferenciador das equipas com maior sucesso. “A diversidade de formações, experiências e valores dos membros que constituem as equipas, aliada à necessidade de tomada de decisões complexas num tempo relativamente reduzido e num contexto competitivo, são muitas vezes responsáveis pela emergência de desacordos e atritos”, explica António Caetano. No final, e de acordo com os investigadores, as equipas com níveis moderados de conflito de tarefa, e baixo conflito quer relacional quer de gestão de tempo, são mais eficazes na competição.
Às equipas que vão participar este ano na prova os investigadores aconselham, para terem sucesso, a gerirem as divergências entre os seus membros numa lógica de oportunidade de melhoria e em particular ao líder que não deixe ao acaso o funcionamento da sua formação.
Maribela Freitas