in Expresso de 24 de Outubro de 2009
As equipas encontram nesta prova uma oportunidade de aprender o que se deve ou não fazer na liderança empresarial
A gestão de uma empresa, mesmo que seja virtual, não é tarefa fácil. Errar é humano e no Global Management Challenge, tal como na vida real, pode significar o fracasso. No entanto, e como explica José Galamba de Oliveira, presidente da Accenture Portugal, há que aprender com os erros e se possível evitá-los no futuro. Neste campo os simuladores têm um papel fundamental de aprendizagem, pois permitem analisar em detalhe os erros cometidos e verificar o seu impacto. A Accenture Portugal é uma das principais empresas dos sectores da consultoria e outsourcing e é uma das mais antigas patrocinadoras do Global Management Challenge. Tem cerca de 1200 profissionais e um volume de negócios que ultrapassa os 100 milhões de euros. É com este cenário que José Galamba de Oliveira convive diariamente. Na sua perspectiva e nos dias de hoje, face ao dinamismo e competitividade das economias e mercados, o factor tempo é um factor crítico de sucesso na tomada de decisões.
“Um dos maiores erros que se cometem na gestão de uma empresa é o adiar de decisões muitas vezes com o objectivo de analisar mais profundamente impactos ou incluir-se no processo de decisão critérios de menor importância”, salienta. Decidir encerra riscos, mas não decidir é sempre pior. Como consequência, o atraso na tomada de decisão resulta muitas vezes em “oportunidades de negócio que se perdem ou perdas de eficácia operacional na empresa ou simplesmente no agudizar de situações problemáticas”, refere o presidente da Accenture Portugal. O mais grave é quando o adiamento passa a fazer parte da cultura empresarial, conduzindo à desmotivação, acomodação e falta de objectividade na gestão. Problema que na opinião de José Galamba de Oliveira é “infelizmente muito comum”.
Mas que ensinamentos pode um profissional retirar dos erros cometidos na gestão? Para o o presidente da Accenture “os erros são também factores de aprendizagem. Importa assumi-los de uma forma responsável, sem receios e tomar medidas que evitem a sua repetição ou ajudem na prevenção de situações de risco potencial”. Há que manter uma atitude positiva e ter a humildade de assumir e aprender com os erros.
Na competição, os participantes encontram no simulador contextos muito próximos das situações que um profissional encontra no seu dia-a-dia de trabalho. O que “permite analisar em detalhe situações relativas a erros de gestão pois permite simular os seus impactos em várias perspectivas”, refere José Galamba de Oliveira. Por ser um simulador, sem riscos reais, apresenta vantagens relativamente a métodos de aprendizagem mais tradicionais. Aos participantes nesta competição, o presidente da Accenture explica ainda que “um falhanço empresarial, se correctamente assumido e analisado, deixa sempre boas lições e este é o tipo de experiência que, se for analisada de forma construtiva, pode ajudar na tomada de decisões e na concretização de outros negócios no futuro”.