in Expresso, 10 de Junho 2011
Estudantes e quadros revelam quais as mais-valias de integrarem uma formação mista
Três estudantes do mestrado em finanças do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa juntaram-se a dois quadros da consultora de comunicação Imagegate e estão a disputar em equipa o Global Management Challenge 2011. Para estes cinco participantes a mistura de saberes entre quem estuda e quem trabalha traz novas aprendizagens, confronto de ideias e uma forma diferente de olhar para a gestão.
Pedro Silva, Matilde Martins, Maria Lacerda, Miguel Moedas, João Biscainho e Nuno Graça lutam pela equipa IAPMEI/Imagegate_Aztecas
João Biscainho é coordenador de um projeto da área cultural na Imagegate e lidera esta equipa mista. Na sua perspetiva a competição é uma experiência rica do ponto de vista técnico, proporcionando uma visão aprofundada da gestão. Acrescenta ainda que “tem sido uma agradável surpresa trabalhar com pessoas mais jovens da área de finanças, na medida em que se revelaram muito preparados e com grande motivação para vencer”. Motivação é o que não falta a estes jovens. Após a quarta decisão estão em segundo lugar no seu grupo, mas acreditam que ainda têm hipóteses de se qualificarem para a segunda volta. Mas que mais-valias existem numa equipa mista? Miguel Moedas, estudante, responde que “somos uma formação multidisciplinar. Vimos de finanças e estamos a trabalhar com quadros de comunicação e por isso há um confronto de ideias que à partida não haveria se fosse uma formação de universitários, centrados numa só área”.
Teoria vs. prática
Já o seu colega de equipa e de mestrado, Nuno Graça acrescenta que “quando vemos os relatórios já não olhamos só para os números. Já não pensamos que sejam apenas estes que importam na organização. A estratégia acaba por ser complementada entre uma visão mais teórica e uma parte mais prática”. No final, e apesar das ideias divergentes que possam ter, acabam sempre por chegar a consenso na tomada de decisão.
Sem experiência de gestão, Matilde Martins, da Imagegate confessa que “no Global Management Challenge temos uma visão global da empresa e das áreas que têm de ser trabalhadas para se ter sucesso. Obriga-nos a pensar em estratégias e formas de atingir os nossos objetivos.” E nesta equipa, pela diversidade de experiências profissionais e académicas, juntam-se competências diversificadas que para João Biscainho são importantes para fazerem funcionar uma organização. No domínio da aprendizagem, o estudante Pedro Reis salienta ainda que o Global Management Challenge dá a oportunidade de rever conceitos. A disciplina de trabalho e a importância de cumprir prazos são ainda aspetos apreendidos pelos estudantes através do convívio com os quadros.
Maria Lacerda é a diretora da Imagegate e na sua perspetiva empresarial é importante proporcionar uma experiência formativa diferente aos seus funcionários. Acredita que aprendem não só com a competição, mas também através do contacto com estes estudantes. “Apercebem-se de que existem outras realidades para lá do nosso dia a dia. Para uma empresa pequena como a nossa é importante aprender com o que vem de fora”, finaliza.
Veja as classificações totais em: https://www.expresso.pt/worldgmc
________________________________________________________________________________
A prova desenvolve o trabalho em equipa
Foi entre 1986 e 1990 que Manel Gonçalves Ferreira participou no Global Management Challenge. Actualmente é administrador do BBVA Portugal e presidente das sociedades gestoras BBVA Fundos e BBVA Gest. Da competição guarda excelentes recordações e conta que participou em cinco finais e em 1989 não só venceu a prova em Portugal como também internacionalmente.
“Em 1986ficámos em segundo lugar e recebemos um prémio em conjunto com os vencedores que implicava a criação de um clube de investidores e a gestão de uma carteira de acções, o que despertou o meu interesse pelos mercados de capitais aos quais tenho estado ligado ao longo da minha carreira”, revela Manuel Gonçalves Ferreira. Acredita que, tal como o seu caso, o Glbal Management Challenge contribuiu para a definição de percursos profissionais e constrói uma ligação entre a universidade e o mundo empresarial.
Mas além de despertar interesses “a prova teve uma importância significativa no desenvolvimento do espírito de trabalho de equipa, na aprendizagem dos processos de tomada de decisão e na gestão do equilíbrio de negociação e consenso”, revela o antigo participante.
A quem está atualmente a competir no Global Management Challenge Manuel Gonçalves Ferreira aconselha a compreender o enquadramento da prova, definir uma estratégia em conjunto com uma constante atenção ao detalhe, mantendo flexibilidade e orientando os resultados para o timing relevante de determinação do vencedor.