in Expresso, 6 de Outubro de 2023
Durante as semanas de competição e nas finais nacionais e internacionais as equipas têm a oportunidade de aprender mais sobre a área da gestão.
Um exercício prático na área da gestão, onde se pode aprender com os erros e trabalhar em equipa, é a visão que alguns membros do International Supervisory Board (ISB) e do júri de Angola partilham sobre o Global Management Challenge.
Luís Mira Amaral é atualmente o presidente do ISB, o júri internacional que em cada final internacional supervisiona os resultados deste evento. Presente em Angola, explicou que “importa melhorar os métodos de gestão. Com uma competição deste tipo, os participantes têm como simular a gestão de uma empresa sem grandes custos relativamente aos erros que possam cometer”. O presidente do júri internacional lembrou ainda a figura de Luís Alves Costa, falecido no início deste ano e que criou esta iniciativa de estratégia e gestão, desde logo acarinhada por Francisco Pinto Balsemão, presidente do Conselho de Administração do grupo Impresa, e que, em conjunto, realizaram a primeira edição em Portugal, no início do ano de 1980. “É um grande caso de sucesso e uma ideia na altura original e bastante inovadora”, frisou.
José Figueiredo, professor reformado do Instituto Superior Técnico e membro do ISB, defendeu em Luanda a utilização de simulações nas aulas e que, na sua perspetiva, iniciativas como o Global Management Challenge são de grande utilidade para “levar os alunos a compreenderem a realidade”. Referiu ainda que “o simulador do Global Management Challenge tem sido atualizado ao longo dos anos e está cada vez mais próximo do que acontece no mundo real”.
Neste desafio, tanto estudantes como colaboradores de empresas desenvolvem competências
Cativar mais quadros
Para Naiole Cohen, membro do júri da competição em Angola, “esta plataforma permite colocar todos os órgãos de um corpo vivo que é uma empresa a dialogar em simultâneo e a perceber as necessidades uns dos outros”. Na sua opinião, quem integra esta competição só tem a ganhar, nomeadamente competências de trabalho em equipa, e não só, já que aprendem a não cometer erros e a olhar para uma organização na sua totalidade, com todas as áreas que a compõem, desde a financeira à produção, passando pelo marketing e recursos humanos.
“A multidisciplinaridade que esta prova dá é um ganho tanto para estudantes como para profissionais”, afirmou Naiole Cohen durante a cerimónia de arranque da final internacional de 2022. Atenta ao Global Management Challenge em Angola desde o seu arranque, este membro do júri considera que ainda há muito trabalho a fazer, nomeadamente no que respeita à participação de equipas de quadros, uma vez que nas universidades esta é uma ferramenta que está já enraizada.
Também membro do júri de Angola, Leonor Sá Machado defendeu que “esta simulação de gestão contribui para o desenvolvimento de conhecimentos de quem a integra e permite aos participantes terem uma melhor preparação para o futuro”. Quanto a este evento ter sido realizado pela primeira vez num país africano, considerou ser extraordinário ver algo assim acontecer em Angola.
Jornalista/Expresso: Maribela Freitas
Foto: DR