in Expresso, 1 de Março 2024
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Leganda da foto: A equipa vencedora, a Accenture/Next Level, em pleno processo de trabalho, durante a final nacional. As fotos mais pequenas representam momentos das equipas durante a última etapa do Global Management Challenge 2023 e Francisco Pedro Balsemão a dar as boas-vindas às equipas, empresas que as apoiaram e patrocinadores na gala de entrega de prémios, que decorreu no Hotel Ritz, em Lisboa
Final Seis equipas de universitários, uma de quadros e outra mista disputaram a última etapa do Global Management Challenge 2023
A final nacional do Global Management Challenge 2023 foi disputada no final do mês passado, na sede da Accenture Portugal, em Lisboa. Esta edição arrancou em maio do ano passado com 480 equipas inscritas e, dessas, como é habitual, chegaram oito à final nacional, sendo seis formadas por universitários, uma de quadros e outra mista (inclui estudantes e quadros). A vitória foi alcançada pela equipa Accenture/Next Level, formada por estudantes de Economia e de Gestão da Universidade de Coimbra, que se prepara agora para representar Portugal no próximo verão, na final internacional desta edição, que se realizará pela primeira vez em Nova Deli, na Índia.
UMA INICIATIVA GLOBAL
A primeira edição desta competição de estratégia e gestão realizou-se em Portugal em 1980. É, desde essa altura, organizada pelo Expresso e pela SDG. A sua internacionalização arrancou em 1981, com o Brasil, e atualmente está presente em mais de 30 países. Nestes seus mais de 40 anos de vida, esta prova já envolveu mais de um milhão de participantes espalhados pelo mundo e que assim têm acesso a uma simulação de gestão em que podem perceber melhor como se lidera uma empresa.
As oito equipas presentes na final nacional tiveram apenas um dia para realizar cinco tomadas de decisão de gestão sobre a empresa virtual que tinham para liderar. Na quinta e última decisão venceu a Accenture/Next Level, a formação que apresentou o melhor desempenho da sua empresa. Os cinco elementos da formação vencedora não esconderam a sua felicidade quando foi revelado na cerimónia de entrega de prémios, no Hotel Ritz, na capital, no dia seguinte ao da final, que eram os vencedores. “Foi um grande desafio chegar até aqui e acabámos por sair vitoriosos. É de realçar o trabalho em equipa, ponto-chave desta final”, revelou Jorge Miguel Cordeiro, líder da equipa vencedora, após o anúncio da vitória. Na sua opinião, esta foi uma final nacional bastante competitiva, disputada por algumas equipas repetentes, o que fez com que tivesse sido muito renhida até à última decisão.
As formações tinham para gerir uma empresa recente. Jorge Miguel Cordeiro contou que no início “tentámos planear logo as cinco tomadas de decisão, analisando depois detalhadamente cada uma, para não ficarmos apenas pela primeira análise”. Depois desta vitória, o próximo passo é representar Portugal na final internacional. “Vai ser uma grande responsabilidade e vamos tentar ficar no top 3”, comprometeu-se.
Para estes alunos de Economia e de Gestão o Global Management Challenge é uma oportunidade para aplicarem conhecimentos adquiridos nas licenciaturas, testarem estratégias que na vida real não tentariam e desenvolverem competências comportamentais. “Cada vez mais as empresas estão à procura dessas competências, e não apenas de pessoas que tenham só a licenciatura ou o mestrado”, frisou o líder da Accenture/Next Level. Daí considerar que uma vitória nesta competição possa abrir portas no mercado de trabalho. Estes estudantes, repetentes na competição, receberam ainda o troféu Luís Alves Costa, fundador do Global Management Challenge, atribuído à equipa de estudantes que obtém o melhor resultado em cada edição.
Engenharia em segundo lugar
Também Pedro Arieiro, líder da equipa EDP/Defaultwin, formada por estudantes de Engenharia Aeroespacial e Matemática Aplicada a Computadores do Instituto Superior Técnico (IST), que ficou em segundo lugar, destacou a importância do trabalho em equipa para se obterem bons resultados nesta competição portuguesa de estratégia e gestão. “Para nós, engenheiros, é rara a oportunidade de ver mais além do que o nosso escritório e é bom ter esta oportunidade para expandir horizontes”, argumentou.
Em terceiro no ranking ficou a equipa Accenture/Gatinhos, a segunda formação da Accenture Portugal que esteve a competir na final nacional. Liderada por Filipa Pereira, integrou estudantes de Matemática Aplicada da Universidade Nova, Engenharia Química e Gestão da Universidade de Aveiro e Matemática Aplicada às Ciências Sociais do Instituto Superior de Economia e Gestão. Também repetentes, perante uma empresa no seu início de vida, apostaram em publicidade e no seu bom desempenho.
Hugo Fernandes chefiou a única equipa de quadros que chegou à final Nacional, a IP3, formada por colaboradores da Infraestruturas de Portugal, e que alcançou a quarta posição. “Nesta competição aprende-se o básico do que é gerir uma empresa, bem como novos conceitos, e também revemos outros. Aprendemos ainda a comunicar entre nós e a organizar-nos”, salientou no dia de prova. Na sua perspetiva, desenvolveram ainda competências transversais de que irão precisar, mais cedo ou mais tarde, no seu posto de trabalho.
A quinta posição foi atingida pela equipa Garantia Mútua/Merci Js, de estudantes de Engenharia Informática e de Computadores e de Engenharia e Gestão Industrial do IST. Beatriz Gavilan, a sua líder, estava no dia da final confiante num bom resultado, apesar de a concorrência ser, na sua opinião, muito forte e mais experiente. Revelou que neste desafio aprenderam “mais sobre contabilidade, sobre todas as partes de uma empresa e os diferentes impactos que as decisões podem ter”. Já Francisco Hipólito, chefe da equipa REN/Beep Boop, qualificada na sexta posição, formada por estudantes do mestrado em Gestão do ISCTE, vincou que, “mais do que aprender mais sobre gestão, nesta iniciativa aplicam-se conhecimentos e aprende-se a gerir o tempo”. Se durante os meses em que disputaram a primeira e segunda voltas do Global Management Challenge tiveram uma semana para cada tomada de decisão, na final nacional, em apenas um dia, tiveram de realizar cinco tomadas de decisão.
A edição de 2023 desta competição de estratégia e gestão contou com a participação de 480 equipas, formadas por estudantes, quadros de empresas e mistas.
Na sétima posição ficou a equipa Con2uli2t, mista, formada por estudantes de Engenharia e Gestão Industrial do IST e colaboradores da empresa Consulai. “A diversidade trouxe benefícios ao nosso grupo”, segundo Bárbara Castro, chefe da equipa. “Os estudantes têm ideias diferentes, inovadoras. Foi um desafio encontrar tempo para nos dedicarmos a esta iniciativa”, acrescentou.
Crescimento de 40%
Por último, no oitavo lugar da tabela ficou a Via Consulting/Ataqueaicb, composta por estudantes de Engenharia Biomédica do IST. No início do dia, contou o líder, Gonçalo Berredo, delinearam uma estratégia que, segundo o resultado, não correu como o esperado. Para o chefe desta equipa de futuros engenheiros biomédicos a gestão é uma área em constante evolução e esta é uma competição onde se aprende sempre muito.
Esta 44ª edição do Global Management Challenge foi disputada por 480 equipas, um número que, segundo Francisco Pedro Balsemão, CEO do grupo Impresa, representa um crescimento de quase 40% face à edição de 2022. “Mostra bem que este projeto tem sido um sucesso e o seu crescimento deve-se à qualidade do que aqui é feito, deste simulador que coloca à prova as equipas na área da estratégia e do conhecimento”, frisou na gala de entrega de prémios. Lembrou ainda que a parceria entre a SDG e o Expresso na organização desta competição dura há mais de 40 anos. “Temos muito orgulho em fazer parte desta iniciativa”, finalizou.
Portugal é um dos mais de 30 países onde o Global Management Challenge está presente, e que já encontrou o seu campeão de 2023. No próximo verão, os vencedores de cada país irão integrar a final internacional de 2023, agendada para a cidade de Nova Deli, na Índia. “É a primeira vez que se realiza neste país, o que irá suscitar muita curiosidade nos participantes. Vai contribuir também para o crescimento deste desafio na Índia”, referiu na final nacional João Matoso Henriques, CEO da SDG. Depois do término da edição portuguesa de 2023, que alcançou um número ímpar de equipas inscritas, a organização está já a pensar na edição deste ano, que arranca em maio e que se espera que seja tão concorrida como a que agora terminou.
Jornalista/Expresso: Maribela Freitas
Fotógrafo/Expresso: João Girão