in Expresso, 16 de Junho 2018
Legenda da foto: Ana Margarida Passos com Miguel Pinto, Gonçalo Caetano, Ricardo Galante, André Cunha, Manuel Saraiva (equipa) e António Caetano, no ISCTE-IUL
Alunos do ISCTE-IUL, após um treino em aula, estão a competir na prova
O ISCTE-IUL utilizou este ano, pela primeira vez, na cadeira de Desenvolvimento da Liderança, processos de decisão e negociação do mestrado em gestão de recursos humanos e consultadoria organizacional, uma versão mais antiga do simulador do Global Management Challenge. O objetivo foi confrontar os alunos com um exercício prático face à teoria aprendida e dessa experiência, pela qual passaram 60 estudantes, cinco estão a participar na 39ª edição da competição.
“A cadeira está aberta a alunos deste e de outros mestrados, e eu e o professor António Caetano pensámos em introduzir uma experiência prática que se traduzisse no desenvolvimento de competências de liderança, tomada de decisão e negociação”, explica Ana Margarida Passos, professora da cadeira. Além de docente, Ana Margarida Passos investiga há cerca de 15 anos com o professor António Caetano o comportamento das equipas que integram esta competição a nível nacional. E foi por conhecerem bem a metodologia desta iniciativa que optaram por introduzi-la na sua cadeira.
Diversidade nas equipas
Com alunos de dois mestrados, com forte presença de estudantes estrangeiros, foram organizados dois grupos, um em português e outro em inglês e durante um fim de semana foram sujeitos a esta prova, com a versão mais antiga do simulador. “As equipas foram formadas de forma aleatória, com cinco alunos, e em cada uma das decisões um dos elementos exercia o papel de líder”, conta Ana Margarida Passos. Acrescenta que, “perante decisões com algum nível de complexidade e incerteza e com muita informação, o simulador permite trabalhar a questão de em pouco tempo terem de tomar decisões, com um elevado nível de incerteza, e conseguirem ser o mais eficazes possível”.
Salienta ainda que em experiências como esta os alunos percebem como é a vida de um gestor que na prática é “tomar decisões. Ter a possibilidade de treinar isso é uma excelente aprendizagem”, finaliza.
Desta experiência-piloto, que segundo a professora é para repetir no próximo ano letivo, saiu uma equipa que reúne cinco estudantes das várias equipas que participaram na cadeira e está a disputar a primeira volta da competição nacional. Para Miguel Pinto, um dos elementos desta formação, a ISCTE-IUL/ The Big 5, “a disciplina foi diferente do que estávamos à espera. O facto de as equipas serem aleatórias aproximou-nos da realidade empresarial, tínhamos elementos de vários países e áreas de formação. Quando fui líder tentei que cada elemento fosse responsável por um departamento e tentei arranjar um ritmo que se conseguisse adaptar a todos, para que não existissem fraquezas nem demasiadas disparidades de ideias”.
Já Gonçalo Caetano considera que a diversidade na sua equipa foi uma mais-valia no desempenho. Sendo licenciado em Gestão e estando num mestrado em Gestão, considera que “o Global Management Challenge permite aplicar todos os conhecimentos que fui adquirindo ao longo do tempo”.
Experiência de gestão
Para Ricardo Galante, a cadeira fomentou o espírito crítico que se colou à sua pele e à dos seus colegas. “Agora quando reunimos, cada um tem as suas ideias, mas justifica-as bem e aprendemos a lidar com essa diferença de opiniões.” Na visão de André Cunha, depois da cadeira e agora na competição, há toda uma componente prática que enriquece currículos.”Tem uma vertente enriquecedora no que toca à aproximação ao mercado de trabalho. Se um estudante não tiver passado por um estágio, percebe aqui a influência que tem o marketing com a produção ou os recursos humanos com as finanças. É a pura gestão de cada área de negócio de uma empresa e é enriquecedor vermos o que nos espera no futuro e como a decisão num departamento pode influenciar todos os outros e a empresa num todo”, salienta.
Na opinião de Manuel Saraiva, o Global Management Challenge tem feito esta equipa crescer. Acredita que em cada tomada de decisão estão mais seguros das suas competências e têm vindo a colmatar falhas de desempenho. Acredita que a participação na competição nacional pode ainda “vir a ser importante no futuro, pela rede de contactos que se cria”, finaliza.
Classificação após a 3ª decisão – 1ª volta (Consulte o PDF)
MANTER A LIDERANÇA
As equipas que estão a disputar o Global Management Challenge 2018 tomaram esta semana a terceira decisão.
Faltam mais duas para terminar a primeira edição da primeira volta e as formações mostram-se agarradas à posição obtida, tendo em conta que esta semana houve mudanças em apenas dez chefias de grupos. Mas à medida que a primeira volta se aproxima do fim, o mais certo é virem ainda a registar-se alterações. No que respeita a organizações com equipas no topo de grupos, surgem os CTT na dianteira, com três. A Cetelem, IT Sector, Caixa Geral de Depósitos, Staples Portugal, EDP e TAP Portugal somam duas cada.
Jornalista/Expresso: Maribela Freitas
Foto/Expresso: Inês Duque