in Expresso, 30 de Março 2019
Na edição de 2018 da competição, as equipas que tiveram maior capacidade de adaptação foram as que alcançaram melhores resultados.
Legenda da foto: O ISCTE-IUL estuda há cerca de 15 anos o comportamento das equipas nesta prova de gestão.
O papel do líder, de que forma o seu comportamento influencia as equipas e o que faz com que estas sejam mais eficientes, foram temáticas estudadas sobre o desempenho das formações que integraram a edição de 2018 do Global Management Challenge.
Ana Margarida Passos e António Caetano, professores do ISCTE-IUL, há cerca de 15 anos que estudam o comportamento das equipas que participam nesta competição de estratégia e gestão. Fazem-no através de inquéritos aos participantes.
Na edição da prova que terminou em fevereiro deste ano, focaram a sua atenção no papel da liderança, procurando identificar os comportamentos do líder que mais contribuíram para o sucesso das equipas. Incidiram sobre a forma como o líder interpreta os acontecimentos relevantes e como os comunica aos colegas. “Os resultados deste ano chamaram a atenção para a importância do líder promover a discussão interna entre os membros da equipa sobre diversos aspetos relacionados com as discussões e o funcionamento interno dos membros”, explica Ana Margarida Passos.
Segundo os docentes, estes comportamentos do líder parecem promover cognições partilhadas entre os membros da equipa, quer sobre aspetos relevantes sobre as decisões envolvidas na competição quer sobre a forma como a formação deve funcionar para atingir desempenhos mais elevados. “O papel interpretativo da liderança é essencial para catalisar as cognições da equipa, acelerando a visão partilhada e a otimização do esforço coletivo para o alcance de objetivos”, frisa Ana Margarida Passos.
Os resultados mostram ainda que são as equipas com maior capacidade de adaptação que obtêm melhores resultados no final da competição. Esta mesma capacidade de adaptação advém em parte de refletirem sobre os resultados obtidos, sendo capazes de rever os objetivos iniciais e de alterarem a forma como abordam os problemas.
A dinâmica dos conflitos nas equipas, segundo os professores, é especialmente relevante para o seu desempenho. É que a perceção de desacordo entre os membros acerca do conteúdo das decisões, ideias e opiniões, estimula a eficácia do trabalho em equipa, o conflito relacional, caracterizado por dificuldades interpessoais entre os membros, diminui a sua eficácia, o mesmo sucedendo com o conflito relativo à gestão do tempo. “O domínio de competências para gerir estas dinâmicas por parte dos líderes e dos membros das equipas, constitui um fator de sucesso para o seu desempenho”.
Jornalista/Expresso: Maribela Freitas
Fotógrafo/Expresso: Nuno Botelho