in Expresso, 2 de Junho 2018
Legenda da foto: O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, defende que esta é uma iniciativa que retira os estudantes da sua zona de conforto.
Manuel Caldeira Cabral integrou a prova nos seus tempos de estudante.
A participação de Manuel Caldeira Cabral, atual ministro da Economia, no Global Management Challenge remonta ao início dos anos 90, altura em que estava a frequentar a licenciatura em Economia na Universidade Nova de Lisboa. Dessa experiência ficou-lhe o trabalho de equipa desenvolvido e a noção da complexidade que é gerir uma empresa. “Foi uma experiência muito desafiante, éramos uma equipa de estudantes e tínhamos de tomar um conjunto de decisões relacionadas com áreas desde a política de pessoal, recrutar ou não pessoas, apostar no marketing ou no crescimento da produção, decisões que se têm de fazer nas empresas, e como eu na altura estava na universidade e a trabalhar como jornalista foi muito interessante”, explica Manuel Caldeira Cabral.
Na sua opinião, apesar de se saber que as empresas são feitas de decisões, é diferente quando somos nós a tomá-las, nomeadamente numa simulação de estratégia e gestão que replica a realidade. “A competição salientava a complexidade e o desafio que é gerir uma empresa. Dava uma visão holística e contribuía para chamar a atenção de quem estava a estudar economia e gestão para o desafio que é gerir. Outra das questões interessantes é que não importava apenas tomar as melhores decisões, tínhamos de tomar as mais acertadas e coerentes, e depois estas eram colocadas no mercado, em interação com o que as empresas de outras equipas decidiam. Dava uma noção muito interessante e saudável da concorrência”, afirma o ministro.
Experiência complementar
Já passaram mais de 25 anos sobre esta participação que Manuel Caldeira Cabral considera que foi complementar à sua formação académica, já que permitiu aplicar e mostrar na prática o que juntamente com os seus colegas de equipa estavam a aprender na teoria.
Serviu também para reforçar o espírito de equipa e a amizade que tinha com os colegas que o acompanharam nesta iniciativa, que continuou ao longo do curso e com os quais desenvolveu trabalhos académicos. Para Manuel Caldeira Cabral, participar em iniciativas formativas como esta ou em ações de voluntariado e associativismo é importante para os estudantes e pode ter peso na sua entrada no mercado de trabalho. Acredita que tanto no estrangeiro como em Portugal os empregadores valorizam quem passa por este tipo de experiências em que a pessoa é exposta a trabalhar e a colaborar com outros e sai da sua zona de conforto, o que é algo que também enriquece.
A edição de 2018 do Global Management Challenge começou esta semana, e o ministro da Economia deixa alguns conselhos às equipas que estão em prova. “É preciso ter algum equilíbrio nas decisões, não descurar nenhuma parte da empresa, mas ter também alguma ousadia para arriscar nalgumas áreas e conseguir fazer diferente das outras equipas e correr riscos, porque no fim o que se quer sempre é liderar e ganhar”, frisa.
Aos que não ganham, e que são a maioria, aconselha a não desistirem de participar.
Expansão internacional
Na altura em que Manuel Caldeira Cabral integrou esta competição, o seu nome era diferente, chamava-se Gestão Global. Há mais de uma década que mudou para Global Management Challenge, numa uniformização de designação, fruto da sua expansão internacional, estando presente em mais 30 países espalhados por quatro continentes. “É o exemplo de algo que nasce em Portugal e que se expande pelo mundo e da visão que devemos ter para o mercado global e de que as ideias que temos e que resultam devem e têm espaço para serem tentadas noutros países e resultarem igualmente”, salienta o ministro da Economia.
Na sua visão, esta competição espalha o nome de Portugal pelo mundo e cativa estudantes universitários e empresas internacionalmente com o mesmo entusiasmo que sempre gerou em território nacional.
Classificação após a 1ª decisão – 1ª volta (Consulte o PDF)
ARRANQUE DA 39ª EDIÇÃO
São 200 as equipas que estão a disputar a primeira volta do Global Management Challenge 2018, distribuídas por 32 grupos. Nesta que foi a sua primeira semana de prova, tomaram a primeira de cinco decisões de gestão com o objetivo de obterem o melhor desempenho da sua empresa. No fim deste processo, só as equipas que liderarem os seus grupos passam à segunda volta, agendada para o segundo semestre do ano. A Fidelidade e a EDP são as empresas com mais formações no topo de grupos, no total de três cada. O Millennium bcp, a CGD e a Intrum Justitia Portugal alcançaram duas cada.
Jornalista/Expresso: Maribela Freitas
Foto/Expresso: José Carlos Carvalho