in Expresso, 30 de Novembro de 2019
Carla Curado, professora de Gestão no ISEG, integrou a competição no final da década de 80, durante os seus tempos de estudante.
O desafio de partilhar uma experiência formativa em equipa levou Carla Curado, professora do ISEG, a participar no Global Management Challenge. Foi há cerca de 30 anos, nos seus tempos de estudante, e dessa vivência destaca a negociação a cada decisão e o aprender a lidar com as vitórias e as derrotas. “A experiência e o facto de ser um desafio de grupo foi o que me levou a participar nesta competição, onde integrei equipas do Instituto Superior de Gestão (ISG), onde estudei”, explica a antiga participante.
Dessa experiência recorda “a loucura das reuniões até altas horas da madrugada e a correria da entrega das disquetes na sede da SDG”. Com 49 anos, Carla Curado, doutorada com agregação em Gestão, é professora associada do Departamento de Gestão do ISEG-Universidade de Lisboa.
Quando terminou a licenciatura em Administração de Empresas, rumou a Oriente, a Macau e Hong Kong. “Fiz estágios na Autoridade Monetária e Cambial de Macau e no BNU. Foram tempos engraçados e dinâmicos, visitas à Bolsa de Hong Kong, inauguração do BCP em Macau, tudo eram descobertas e desafios. Tempo de crescimento e de ganhar mundo”, conta. De regresso a Portugal, e a par de uma experiência profissional numa petrolífera multinacional, iniciou a carreira académica, que acabou por a conquistar e ocupar em exclusividade há cerca de 25 anos.
Trabalho de equipa
Do que aprendeu no Global Management Challenge realça “o trabalhar em equipa, integrando colegas com perspetivas diferentes, e a negociação entre todos a cada decisão, assumindo em grupo as vitórias e as derrotas”. Ao longo dos anos tem vindo a acompanhar a competição, já que anualmente muitos dos seus alunos integram este desafio.
Revela que é “um orgulho ver um simulador desenvolvido em Portugal, com raízes no ISEG, conquistando o estatuto que tem hoje no panorama internacional, envolvendo tantos participantes espalhados pelo mundo”. E, em sua opinião, tanto estudantes como quadros encontram benefícios ao participar. “Ambos têm de aprender que o desempenho melhora com a diversidade e a experiência”, afirma.
O desafio de integrar decisões de diversas áreas, o estímulo pelo raciocínio abstrato e a tolerância da ambiguidade, desenvolvendo as capacidades de gestão em ambiente quase real, são mais-valias que aponta a esta iniciativa, sem esquecer a qualidade do seu simulador. A quem está a competir, aos elementos das equipas do ISEG e das restantes, recomenda que “se ouçam uns aos outros, integrem as várias contribuições, discutam cada decisão e aprendam a cada semana”.
Jornalista/Expresso: Maribela Freitas
Foto: DR