Do mundo virtual para a realidade empresarial

in Expresso, 9 de Junho 2018

A passagem pela competição, em 2015, motivou a queniana Wacu Mureithi a apostar num negócio próprio

Wacu Mureithi participou na edição de 2015 do Global Management Challenge no Quénia. Desta experiência a grande lição que retirou foi que tinha capacidade para passar do mundo virtual para o real, na gestão de um negócio próprio.

Com 31 anos, Wacu Mureithi tem um MBA e fundou há três anos a Mosara (K) Limited, um negócio que concebe produtos de cuidados pessoais, feitos com ingredientes naturais, oriundos do continente africano. “Ainda somos um pequeno negócio, mas estamos a crescer. Neste momento temos cinco produtos no mercado que têm sido bem recebidos e temos trabalhado só em produtos para o cabelo”, conta a empreendedora.

A ideia de criar a Mosara surgiu-lhe após um período de desemprego em que para cortar nas despesas, começou a criar produtos de cuidados pessoais para si e estes tornaram-se um sucesso entre a sua família e amigos. E foi a irmã que a desafiou a torná-los num negócio. “A Mosara foi criada depois de ter participado na competição e a maior lição que tirei desta iniciativa foi que era capaz de gerir um negócio”, conta Wacu Mureithi. Na altura em que integrou a prova, em 2015, esta realizava-se pela primeira vez no Quénia. “Tinha terminado o MBA e estava à procura de oportunidades para praticar o que tinha aprendido. O meu empregador da altura pediu–me para representar a empresa nesta prova”, relembra.

A sua equipa passou pela primeira e segunda volta e chegou à final nacional, na qual obteve a terceira posição. “Acabei por participar sozinha na final, já que os meus colegas de equipa não tiveram disponibilidade nesse dia e tive a confiança suficiente para gerir a empresa sozinha. Esta simulação envolve produção, compra de matéria-prima, atribuição de recursos a vários departamentos e para mim a parte mais estimulante foi a de estabelecer o preço do produto final”, salienta Wacu Mureithi.

Uma das coisas que esta empreendedora aprendeu neste desafio e que aplica diariamente é a importância de planear. “Antes da prova nunca tinha criado um orçamento ou analisado o desempenho dos períodos anteriores antes de fazer novos planos para o próximo período”, conta. Mas, desabafa, “é definitivamente mais fácil gerir um negócio virtual, do que um real”. Entre as muitas diferenças, na vida real está sempre algo a passar-se, há e-mails e chamadas para responder, mesmo fora de horas e há que equilibrar trabalho e a família.

Mas a maior diferença é que “na simulação não há repercussões de uma má decisão e na vida real há que arcar com as suas consequências”.

Jornalista/Expresso: Maribela Freitas

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