in Expresso, 30 de Dezembro de 2017
Legenda: Adaptar a estratégia face aos resultados é importante para que as equipas consigam bons resultados
Na edição de 2017 do Global Management Challenge, as formações que obtiveram melhores resultados contaram com uma liderança que soube gerir a dinâmica dos membros do grupo
Ana Passos e António Caetano, professores do ISCTE-IUL, estudam há mais de dez anos o comportamento das equipas que participam no Global Management Challenge. Na avaliação da edição que terminou em novembro, concluíram que face a problemas complexos e não estruturados, o papel interpretativo da liderança é essencial para catalisar as cognições da equipa, acelerando a visão partilhada e a otimização do esforço coletivo para alcançar objetivos
Através de inquéritos realizados às equipas que integraram a competição em 2017, os investigadores quiseram avaliar em que medida a interpretação da informação obtida e a produção de sentido por parte do líder, partilhada com os colegas, facilita a capacidade de adaptação das equipas e do seu desempenho. “Os resultados mostram que a criação de uma visão comum entre os membros sobre as oportunidades e constrangimentos envolvidos em cada decisão promove a adaptação e o desempenho das equipas”, explica Ana Passos. Este papel da liderança é ainda mais crítico para equipas que ainda não desenvolveram modelos mentais partilhados, sobre os aspetos mais importantes na realização da tarefa.
A gestão de conflitos
Ao nível dos processos e estados afetivos, a dinâmica dos conflitos é também relevante, segundo os investigadores, para a obtenção de resultados. “O conflito de tarefa, ou seja, a perceção de desacordo entre os membros acerca do conteúdo das decisões, ideias e opiniões, estimula a eficácia do trabalho em equipa”, afirma Ana Passos. Já o conflito relacional, caracterizado por dificuldades interpessoais entre os membros da equipa, diminui a eficácia destas, o mesmo sucedendo com o conflito relativo à gestão do tempo. “O domínio de competências para gerir estas dinâmicas por parte dos líderes e dos membros das equipas, constituí um fator de sucesso para o seu desempenho”, finaliza Ana Passos.
Na edição de 2017 as formações mais eficazes foram as que, entre outros aspetos, asseguraram uma liderança da sua dinâmica desde o início da prova; refletiram sistematicamente sobre o seu desempenho e funcionamento e; adaptaram a sua estratégia e ação face aos resultados de modo a construírem soluções plausíveis.
Jornalista Expresso: Maribela Freitas
Fotógrafo Expresso: José Caria