Uma boa ferramenta de formação

In Expresso, 5 de Junho de 2010

Luísa Marques participou nos anos oitenta. Repete agora a experiência a liderar uma equipa de quadros da sua empresa

Para a directora-geral da Prodout, Luísa Marques, a primeira participação foi uma experiência fantástica. Foto Luis Faustino

O Global Management Challenge é para Luísa Marques a melhor maneira de dar formação aos quadros de empresas. No final dos anos oitenta, na qualidade de estudante, participou pela primeira vez nesta prova organizada pelo Expresso e a SDG. Hoje tem a sua própria empresa e lidera uma equipa de quadros na competição. O objectivo é levar a experiência e os conhecimentos adquiridos no desafio a alguns dos funcionários da empresa que dirige.

Luísa Marques criou a Prodout-Gestão e Produção de Outsourcing há cerca de dez anos. Explica que a organização que lidera visa “reduzir custos aos nossos clientes/empresas, sem perder de vista os objectivos do cliente, no que respeita àquilo que é a sua actividade”. Formada em Gestão pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, conta que a licenciatura, as experiências profissionais que acumulou, bem como a passagem pelo Global Management Challenge, contribuiram para a criação da Prodout.

Passados mais de 20 anos da sua participação na prova, Luísa Marques inscreveu uma equipa de quadros da Prodout, chefiando os funcionários no desafio, tal como acontece na vida real. O objectivo é que os seus colaboradores usufruam desta experiência formativa. “O Global Management Challenge é das melhores formações para a tomada de decisão, para aprender a gerir equipas, a planear e a saber respeitar prazos”, revela. Acrescenta ainda que cria bom ambiente entre as pessoas que encontram na competição um novo tópico de conversa e proporciona também o cruzamento de ideias e a interacção entre colegas de trabalho.

Quanto às expectativas, a directora geral da Prodout espera que os funcionários fiquem com uma ideia transversal do que é uma empresa e percebam que as decisões têm de ser tomadas, para o bem ou para o mal, tendo um impacto directo em toda a estrutura. No seu papel de líder da equipa, deixa os funcionários tomarem as decisões que por sua vez supervisiona antes de os dados serem enviados. Isto para que absorvam ao máximo o que este desafio tem para lhes dar. Tendo em conta que, além da competição, todos os elementos trabalham, a gestão do tempo é importante para levar a bom porto esta missão. Esse é mais outro ensinamento que daqui retiram.

Tal como a Prodout, outras empresas reconhecem as qualidades formativas da competição e têm investido numa participação. O que se verificou especialmente na presente edição, com o crescimento de equipas inscritas em relação ao ano passado.

Desde os finais dos anos oitenta até agora o Global Management Challenge mudou. Quem o afirma é Luísa Marques, que encontra hoje muitas diferenças na prova. “O Global Management Challenge não tem nada a ver com o que eu encontrei quando era estudante. A competição soube acompanhar o mercado e hoje as variáveis são muito mais complexas e as decisões tem de ser mais rápidas”, salienta. Lembra no entanto que na sua primeira participação era estudante, com pouca noção da realidade das organizações. E por isso não foi só a competição que mudou, também esta empresária cresceu com as vivências que acumulou. Mas recorda com carinho a primeira passagem pelo Global Management Challenge, experiência que para ela foi fantástica.

Entusiasta da competição, Luísa Marques considera-a importante não só para quadros como também para estudantes, na medida em que desenvolve competências. Além de mais dá tanto a estudantes como a quadros outra dimensão do que é a realidades das empresas.

A UM PASSO DO FIM

Falta apenas às equipas tomarem mais uma decisão, para serem conhecidos os líderes dos grupos que irão passar à segunda volta da competição. Como se pode ver na tabela publicada em anexo, a quarta decisão provocou alterações no topo dos grupos, ainda que não tão significativas como em semanas anteriores. Feitas as contas estão 40 novas equipas na liderança dos grupos, um valor que confirma o esforço da maioria das formações para se manterem no topo, a fim de garantirem a sua permanência no Global Management Challenge. No que respeita a empresas com mais lideranças, há que destacar esta semana a Portugal Telecom, com o total de 11. O Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento, os CTT e a EDP contam com seis lideranças cada. A Accenture e a Intrum Justitia somam quatro lideranças. A ANA-Aeroportos, a TAP Portugal, a Singular International e o Instituto de Emprego e Formação Profissional conseguiram que três das suas formações atingissem o topo dos seus grupos. Empresas como a Zon, Reditus, CGD, Konica Minolta, entre muitas outras, somam duas presenças no topo dos grupos.

Veja as classificações totais em https://www.expresso.pt/worldgmc

A arte de bem gerir recursos

Nelson Teixeira é director de crédito no Millennium bcp e lembra às equipas como é vital administrar bem os recursos financeiros
As equipas para serem bem sucedidas na prova têm de saber gerir os seus recursos financeiros. Nelson Teixeira é um antigo participante do Global Management Challenge e trabalha para o Millennium bcp onde exerce funções de director de crédito e de coordenador das equipas que apreciam o crédito às grandes e médias empresas, clientes do private banking e aos bancos. Aos participantes deste desafio deixa indicações de como cuidar dos recursos financeiros.
Estão na ordem do dia as dificuldades do país, bancos, empresas e particulares em obterem financiamento. Segundo Nelson Teixeira, a correcta gestão dos recursos financeiros tornou-se particularmente relevante para uma empresa, dado que o acesso mais limitado e caro ao financiamento através dos mercados financeiros implica a necessidade de adopção de uma postura mais exigente e criteriosa nas decisões de gestão da organização.

Se uma empresa não conseguir captar financiamentos suficientes para satisfazer as necessidades correntes de tesouraria e os investimentos mais prementes, pode entrar em ruptura. “Nos últimos tempos este risco passou a estar bastante mais presente na vida dos agentes económicos, sendo que o Estado, as empresas e os particulares estão a reaprender a gerir de forma mais eficiente os seus recursos, por forma a diminuir as suas necessidades de obtenção de novos financiamentos, próprios ou alheios”. Nesta medida as organizações têm de ser mais rigorosas e selectivas na concessão de crédito aos clientes, na gestão de stocks, na decisão de novos investimentos avaliando bem a relação custo/benefício, na gestão de pessoal e compra de matérias-primas.

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