
in Expresso, 21 de Fevereiro de 2025
Final nacional A última etapa da edição de 2024 do Global Management Challenge foi disputada em Lisboa por oito formações que mostraram o seu valor na liderança de uma empresa
A equipa vencedora, a CGD_Stepbystep, em pleno processo de tomada de decisão
A final nacional da 45ª edição do Global Management Challenge realizou-se no início desta semana, dia 17, nas instalações da TAP Air Portugal, em Lisboa. Foi disputada por quatro equipas de quadros e quatro de estudantes e a vitória recaiu na CGD_ Stepbystep, que integra quatro colaboradores deste banco. Cabe agora a esta equipa representar Portugal na final internacional da edição de 2024, que se realizará no verão, no território de Macau.
UMA INICIATIVA COM 45 ANOS DE VIDA
A primeira edição do Global Management Challenge realizou-se em Portugal, corria o ano de 1980. A sua internacionalização arrancou um ano depois, com o Brasil, e hoje esta competição, organizada desde o seu arranque em parceria pela SDG e o Expresso, está presente em mais de 30 países e já ultrapassou um milhão de participantes. Todos os anos equipas de estudantes e quadros mostram as suas competências na liderança de uma empresa e aprendem mais sobre estratégia e gestão.
Como é habitual, na final nacional as oito formações tiveram apenas um dia para realizar cinco tomadas de decisão de gestão, abrangendo diversas variáveis sobre a empresa virtual que lhes coube comandar. Venceu a que obteve o melhor desempenho da sua empresa, a equipa CGD_Stepbystep. Dois dos seus elementos são repetentes e já tinham vencido a final nacional de 2019. “Nessa altura, e por causa da pandemia, a final internacional realizou-se mais tarde, online, e ficámos em quinto. Em Macau procuramos um lugar no pódio, mas quem vai a uma final é para vencer”, revelou Pedro Nascimento, líder da equipa, após o anúncio dos vencedores, no dia 18, numa cerimónia realizada no Hotel Ritz, em Lisboa. Nesta final nacional contou com os colegas Albano Rodrigues, repetente, e Bruno Pereira e Nuno Almeida, estreantes.
Contaram os vencedores que no dia de prova tiveram uma empresa com pouca maquinaria e mão de obra para liderar. Cometeram lapsos, começaram em sexto lugar, subiram para segundo, onde se mantiveram, mas só chegaram ao primeiro lugar na última tomada de decisão. “Deixámos algumas soluções de eficiência que guardámos para a última jogada. Escondemos o jogo e fomos bem-sucedidos”, explicou o líder. Cinco anos após ter participado numa final nacional, Pedro Nascimento revelou que este ano foi “mais difícil e desafiante. Estar em ambiente de pressão, com tanta qualidade dos adversários, obrigou-nos a ir ao limite das nossas capacidades. Preparámo-nos muito bem, foram meses de trabalho para culminar nesta vitória, que era algo que ambicionávamos”.
Cinco equipas na final
Paulo Macedo, presidente da Comissão Executiva da CGD, esteve presente na entrega de prémios. O seu banco apoiou a inscrição de duas dezenas de equipas e, destas, cinco chegaram à final nacional, tendo ocupado os cinco primeiros lugares. “O mérito é das equipas, as pessoas estiveram envolvidas, trabalharam em conjunto, deram o melhor de si, e isto, no caso dos quadros, acumulando com as tarefas normais de trabalho”, afirmou.
Durante a prova as equipas atuam em diversas áreas de uma empresa, como a produção ou recursos humanos
A segunda posição foi para mais uma equipa da CGD formada por cinco quadros, a CGD_JT Turbo. No dia de competição, João Antunes, o chefe de equipa, explicava que estavam confiantes no seu desempenho. A ambição era vencer, posição que falharam por pouco. “Neste desafio temos de estar em sintonia. Cada um tinha as suas opiniões e fomos discutindo até chegar à melhor”, revelou. Para ele, este desafio resume-se a “trabalho de equipa”. Uma opinião corroborada por Flávio Vinagre, líder da equipa CGD_Debitleft_Creditright, composta por quatro bancários, que ficou em terceiro. “Trabalhar sob pressão tem sido uma constante ao longo desta prova, bem como perceber o que cada cenário implica e tentar complementar as valências de cada um para chegar ao melhor resultado”, vincou.
Quadros superam estudantes
Já a quarta posição coube a cinco quadros da equipa CGD_Encaixa. “Aprendemos a olhar para trás, ver o que foi feito, pegar nos dados e tomar decisões”, explicou o líder, Pedro Arsénio.
Chegado a este ponto, verifica-se que as quatro formações de quadros ficaram com os primeiros quatro lugares, ultrapassando em desempenho os estudantes. A quinta posição foi preenchida pela CGD_Sbaz Corp, de alunos de mestrado em Gestão Estratégica Empresarial e Engenharia Química. “Temos backgrounds distintos para um problema que é o mesmo”, salientou o líder, Francisco Silva. Estes jovens receberam o prémio Luís Alves Costa, fundador do Global Management Challenge, atribuído à equipa de estudantes melhor classificada em cada edição.
As quatro equipas de quadros e quatro equipas de estudantes que estiveram presentes na final nacional da 45.ª edição do Global Management Challenge competiram nas instalações da TAP, em Lisboa
Apesar de estarem confiantes, no dia de prova os estudantes de Engenharia e Gestão Industrial e Engenharia Mecânica da equipa Fujitsu/Rotundas só chegaram à sexta posição. António Pereira, o chefe da equipa, confessou que correram riscos. “A competição também é sobre isto, compreender como é que o ambiente das empresas está posicionado e como é importante tomar posições de risco para atingir o retorno que se quer”, frisou. A sua estratégia na competição assentou em obter o melhor posicionamento a longo prazo para a sua empresa.
Contactar com talento
Em sétimo ficaram os estudantes da equipa MBA ISEG/Cheeky Grinders. Já haviam testado uma versão mais antiga do Global Management Challenge no MBA e para Vasco Franco, chefe da equipa, “foi das experiências mais interessantes que tivemos. A jogar é como aprendemos melhor, mais do que a ler e a escutar”. Este processo competitivo permitiu-lhes ainda “explorar alguns conhecimentos técnicos adquiridos no MBA”.
Os estudantes que integram este desafio consideram que chegar à final nacional é uma mais-valia no seu currículo
Em último, no oitavo lugar, ficou a Fidelidade/Spacioteam, formada por estudantes de Engenharia Civil, Economia e Engenharia Informática e de Computadores. “É sempre bom ter uma participação numa competição destas e alcançar uma final nacional pode valorizar muito o nosso currículo”, revelou o líder, Gonçalo Ramires.
Para a TAP, que de apoiante passou, em 2024, a patrocinadora, foi uma ocasião especial receber nas suas instalações a final. “É muito importante para qualquer empresa ter contacto com os talentos”, referiu Gonçalo Pires, CFO da TAP. Acrescentou que, “ao estar presente em 30 países, esta é uma competição bem enraizada e que tem certamente formado pessoas muito capazes e competentes”.
Já na cerimónia de entrega de prémios, Francisco Pedro Balsemão, CEO do grupo Impresa, lembrou que esta competição continua a atrair empresas, diversas entidades, estudantes, quadros e mais países. “É uma iniciativa que está a crescer, é global, diversa e multidisciplinar”, salientou em jeito de balanço.
Suplemento GMC publicado no Expresso: (clique aqui)
Jornalista/Expresso: Maribela Freitas
Fotógrafo/Expresso: Tiago Miranda