in Expresso, 5 de Abril 2024
Legenda da foto: Ana Margarida Passos (primeira, à esq.) com os alunos de mestrado envolvidos neste programa interno do ISCTE-IUL
Nesta simulação de estratégia e gestão os estudantes são confrontados com o dia a dia das empresas e têm de chefiar equipas
No Global Management Challenge os participantes aprendem a liderar, a tomar decisões e a trabalhar em equipa. É pelo desenvolvimento que permite destas competências que Ana Margarida Passos, professora catedrática do ISCTE-IUL, utiliza esta ferramenta para treinar os seus alunos de mestrado, num programa interno. A equipa que obteve o melhor resultado tem como bónus a participação na competição nacional.
Desde o ano letivo de 2017/18 que Ana Margarida Passos submete os alunos da unidade curricular de “Desenvolvimento da liderança, processos de decisão e negociação”, do mestrado em gestão de recursos humanos e consultadoria organizacional, a um programa imersivo, organizado pela SDG em que é utilizada uma versão do simulador do Global Management Challenge.
Este ano, no mês passado, estiveram presentes nesta ação mais de 30 alunos, portugueses e estrangeiros, tanto deste mestrado como também do de gestão, onde tiveram de realizar, em equipa, cinco tomadas de decisão sobre a empresa que tinham para gerir. “Os estudantes estão pouco habituados a serem confrontados com este tipo de programa. A simulação tem um nível de complexidade elevado, que os obriga a pensar e a sair da sua zona de conforto”, explica Ana Margarida Passos. Acrescenta que neste processo têm de lidar com situações e dificuldades próprias do que é o dia a dia das empresas, de trabalhar com outras pessoas, sendo que muitas vezes a sua decisão não é aceite por todos e terão de negociar com os membros, de ajustar aquilo que pensam em função dos outros. “São competências importantíssimas”, salienta.
Confronto de ideias
As equipas são formadas de forma aleatória, sendo que houve umas constituídas só com portugueses e outras com várias nacionalidades. “Neste processo, estamos a obrigar os alunos a serem confrontados com pessoas com hábitos diferentes de trabalho, em equipas diversas”, salienta Ana Margarida Passos. Em cada tomada de decisão houve um elemento da equipa que assumiu o papel de líder, para trabalhar exatamente a questão da liderança. Foi também trabalhado o foco, tanto para definir uma estratégia, como para adaptá-la às circunstâncias, tirando partido da diversidade da equipa.
Das oito equipas formadas, houve uma, com cinco elementos, que se sagrou vencedora e irá participar no Global Management Challenge 2024. Para já e deste programa interno em que a sua equipa obteve o melhor resultado, Rafaela Ribeiro faz um balanço positivo. “Foi uma experiência muito enriquecedora, do ponto de vista do trabalho em equipa, da discussão de ideias. Muitas vezes não concordámos, mas tentámos sempre chegar a consenso pelo que seria melhor para a equipa”, frisa. Já a sua colega Diana Lopes acrescenta que “deu para nos conhecermos melhor, para perceber matérias de recursos humanos e de outras áreas e aprofundar matérias da licenciatura”. Inês Cruz salienta que “foi enriquecedor termos de assumir o papel de líder que decide o nosso futuro neste programa”.
A próxima fase é disputar a competição nacional, em que irão enfrentar estudantes e quadros. Para Rui Pinheiro, “quando avançamos para outro patamar é sobretudo começarmos a ser mais reativos, a não pensar em demasia, nunca desistir e ter capacidade de adaptação”. Uma opinião corroborada pela sua colega de equipa Rita Ferreira que considera que a experiência que se avizinha será “mais desafiante e envolverá outra responsabilidade. Olhamos para isto como um exercício de aula e a nível nacional estaremos a competir com pessoas com resultados parecidos ou melhores, o que leva a maior ambição em ter um bom resultado”.
Jornalista/Expresso: Maribela Freitas
Foto: DR