in Expresso, 27 de Janeiro de 2023
OS DIAS QUE ME OCORREM
Jornalista: Henrique Monteiro
LUÍS (ALVES COSTA)
Sempre que morre um amigo, há uma parte de nós que se vai. É assim com o Luís, o magnífico Luís das grandes amizades, das festas extraordinárias; das programadas idas à Mongólia; da família unida e sólida; da palavra e ajuda certa; da barracada que nos fazia ralhar-lhe, a rir. O Luís e a Lena, a sua mulher tão paciente e terna, a única que pôde ser sua mulher; dos filhos Ana, Catarina e Pedro (que morreu de súbito, vai fazer sete anos, e levou uma tristeza estranha àquela família alegre); da quase dezena de netos; o visionário para quem um aperto de mão era um tratado inviolável; o generoso Luís que, enchendo uma casa, era humilde; o nobre Luís que está agora a contar anedotas a São Pedro.