Da aviação para a gestão de uma empresa

in Expresso, 9 de Junho de 2012

Três comissários de bordo da TAP Portugal explicam o que aprendem nesta prova e como transpõem esses conhecimentos para o seu dia a dia

Tiago Garrido e Hugo Mortágua são licenciados na área da gestão e Tiago Castelo Brancoem comunicação.  Têm idades compreendidas entre os 26 e os 31 anos, são comissários de bordo da TAP Portugal e formam a equipa TAP PN que integra o Global Management Challenge 2012. Foi o gosto pela gestão e a vontade de saber mais sobre a realidade das empresas que os motivou a integrar esta prova. 

“É um desafio participarnumsimulador de gestão que está relacionado com a minha área de formação”, revela Tiago Garrido que lidera a equipa TAP PN. Há quatro anos que juntamente com Hugo Mortágua participa na prova, sendo que este ano entrou para a equipa Tiago Castelo Branco. “É a minha primeira vez e a cada decisão que tomamos sinto que cresce o grau de dificuldade. Acho que é uma experiência fantástica que cria espírito de equipa e dá uma boa noção das dificuldades de gerir uma organização”, explica Tiago Castelo Branco. 

Já Tiago Garrido considera que o Global Management Challenge mostra que variáveis importam numa empresa e de que forma estas atuam para o resultado final. A cada participação que soma confessa que aprende mais qualquer coisa. 

Lidar com a pressão 

“Existe uma grande exigência de adaptabilidade na nossa profissão e a gestão do stresse tornou–se fácil”, conta Hugo Mortágua. 

Acrescenta que estando habituados a lidar com o cumprimento de prazos e com controlo de pressão, é bem mais fácil conseguirem manter a calma e focarem–se nos pontos de interesse na altura da tomada das suas decisões no Global Management Challenge. A única coisa que é mais difícil de gerir em todo este processo é conciliar horários para se reunirem fisicamente. Um problema que resolvem recorrendo às novas tecnologias. Sendo três elementos, os comissários de bordo optaram por uma gestão repartida. “A empresa tem quatro departamentos e nós somos três. A cada trimestre um de nós fica com um departamento e o outro com dois”, salienta Tiago Garrido. 

Na gestão desta empresa virtual os três elementos da equipa TAPPN já tiveram alguns problemas, nomeadamente uma greve. 

Contam que a paralisação se deveu aos horários a que sujeitavam os trabalhadores. Deram a volta à situação adequando a produção a esse contratempo e aumentando a remuneração dos operários. Por sorte a greve ocorreunum trimestre de menor procura do simulador, daí que os seus efeitos tenham sido menos graves e estes participantes retiraram daí uma lição. “Os trabalhadores agora estão satisfeitos porque estamos a pagar acima da média do nosso grupo”, avança Tiago Garrido. 

Da prova para o trabalho 

Na perspetiva de Hugo Mortágua o Global Management Challenge é uma simulação que apresenta grande variedade e émuito realista. “Com a competição ganhamos uma visão alargada do que se passa numa empresa como a TAP Portugal até chegarmos ao serviço que como comissários de bordo prestamos. Sentimo-nos integrados num todo”, refere. Uma opinião que é partilhada por Tiago Garrido. “Passamos a ter a clara noção de que não é fácil conceber um produto ou serviço e que esse tem de passar por diversas fases. Consciencializamo-nos que o serviço prestado é transversal a todas as áreas”, salienta. Mais pragmático, Tiago Castelo Branco afirma que com a passagem por esta prova passou a perceber como é que as grandes empresas optam por fazer cortes numa áreas e investir em outras que se revelam estratégicas. 

Um desafio que revê saberes e promove o trabalho conjunto 

Ana Bernardes fala da sua passagem pela competição e de como numa decisão a sua equipa beneficiou de ‘intervenção divina’ A participação de Ana Bernardes no Global Management Challenge remonta a 2010. Dessa experiência destaca a aprendizagem obtida, o trabalho em equipa desenvolvido e a visão holística que passou a ter sobre o funcionamento das empresas. 

Ana Bernardes é licenciada em gestão de recursos humanos e atualmente é diretora de recrutamento e formação da Accenture em Portugal e Angola, empresa de consultoria onde ingressou em 2007. Desde essa altura que acompanha de perto o Global Management Challenge, mas só integrou a competição em 2010, numa equipa de quadros da Accenture. “Reuniu membros das áreas de recursos humanos, financeiro, compras e jurídico, o que nos permitia ter uma visão bem diferente da situação da empresa e emconjunto definir amelhor abordagem”, conta Ana Bernardes. O tempo para se dedicar a este desafio foi a maior dificuldade que encontrou, juntamente com os seus colegas. Era ao final do dia de trabalho ou perto da hora do fecho da decisão que se reuniam para decidirem o que fazer. 

‘Bênção’ papal 

Conta a antiga participante que num dos dias em que era suposto submeterem a decisão coincidiu com a visita do Papa Bento XVI a Lisboa. Perto da hora do fecho do simulador ainda estavam a preencher a folha de decisões, quando ouviram imensos aplausos e alguma agitação na rua. Foram à janela e nesse momento estava a passar o cortejo papal que foram acompanhando até sair do seu horizonte visual. “Quando nos apercebemos, faltava um minuto para o fecho do simulador e colocámos as decisões que já tínhamos tomado e, as que não tínhamos, tomámos na hora. Em toda a nossa participação foi o melhor resultado que obtivemos mas, para quem acredita, foi decerto intervenção divina”, relembra Ana Bernandes. Da aprendizagem retirada desta experiência, a diretora de recursos humanos da Accenture salienta a oportunidade que teve de verificar como a conjugação de diferentes áreas e experiências são fundamentais para olhar uma organização de uma forma holística e tomar as melhores decisões. 

Boa aprendizagem 

“A passagem pela competição relembrou-me que alguns conceitos de gestão, que pensava antigos, ainda fazem todo o sentido e que o trabalho em equipa, mesmo que em diferentes ‘frequências de onda’, é uma aprendizagem fantástica”, salienta Ana Bernardes. 

Recomenda esta experiência a quadros e estudantes, pelo muito que podem aprender. A Accenture patrocina há vários anos a competição, bem como equipas, e a diretora de recrutamento e seleção considera-a uma boa forma de aferir e recrutar talento. Às equipas no Global Management Challenge aconselha a “dedicarem tempo de qualidade à prova para retirarem dela o máximo proveito”, finaliza.

A
UMA DECISÃO DO FIM 

As 512 equipas em prova estão a dar tudo por tudo para se qualificarem para a segunda volta do Global Management Challenge 2012. Olhando para a tabela publicada em anexo verifica-se que após a tomada desta quarta decisão, apenas se registaram mudanças na liderança de 17 grupos, tendo os restantes 47 mantido os líderes da passada semana. Falta apenas uma decisão para o final da primeira volta da competição e as equipas tentam chegar ao topo dos grupos, pois só as que na próxima semana estiverem nessa posição é que irão integrar a segunda volta da prova, agendada para Setembro. Apesar da primeira volta estar quase no fim, a tomada da última decisão poderá vir a alterar as lideranças de alguns grupos. Esta semana, e como tem vindo a ser habitual, a Portugal Telecom é a empresa com mais equipas na liderança de grupos, somando o total de dez. É seguida pela Essilor com seis e a Caixa Geral de Depósitos com cinco. Já oMontepio e a EDP contam com quatro lideranças cada. A Accenture e a TAP Portugal atingiram apenas três cada.

Notícia publicada no Expresso: clique aqui

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