A primeira participação do Turismo de Portugal

in Expresso, 6 de Junho 2015

O objetivo é desenvolver competências de gestão.

O Turismo de Portugal (TP) conta este ano com a sua primeira participação no Global Management Challenge. Inscreveu uma equipa de quadros e espera que os seus colaboradores ganhem uma visão alargada sobre as áreas funcionais de uma empresa, aprendam a tomar decisões e reforcem o espírito de equipa. Para os colaboradores deste organismo integrar a competição está a ser um desafio estimulante que coloca à prova as suas capacidades para a área da gestão.

“Um programa formativo de desenvolvimento de competências em gestão” é como João Cotrim de Figueiredo, presidente do TP, define esta competição organizada há 36 anos pelo Expresso e a SDG. Acredita que o exercício, desenvolvido em ambiente de competitividade, de diversas competências comportamentais, permite a cada participante a tomada de consciência das atitudes que contribuem decisivamente para a eficácia do trabalho que está a desenvolver em equipa.

“Ao tomarem decisões de gestão sobre uma empresa, ganham uma visão diferente, mais alargada, das diferentes áreas funcionais que importa considerar e articular para essa tomada de decisão, das condicionantes externas da sua atuação, da importância da análise da informação de gestão, tudo aspetos extremamente relevantes para o sucesso do seu trabalho”, frisa o presidente do Turismo de Portugal.

Testar saberes

A equipa do TP, que adotou na competição o nome de Volte Sempre, é formada por cinco quadros, com idades compreendidas entre os 34 e os 48 anos, diferentes funções e formações que vão do desenvolvimento e cooperação internacional, à gestão de informação.

São estreantes no Global Management Challenge e para início de trabalho, optaram por, à luz da sua realidade profissional onde a estratégia é definida superiormente e as decisões dependem de uma hierarquia, criar na organização interna da sua equipa um conselho de administração com um presidente e administradores responsáveis pelas finanças, produção, recursos humanos e marketing. “Independentemente disso, é uma equipa colegial empenhada na geração de consensos no que respeita às decisões a tomar para cada área”, frisa Miguel de Morais Sarmento, chefe da equipa Volte Sempre.

O que os atraiu nesta competição de estratégia e gestão foi perceber até que ponto as suas competências seriam ou não compatíveis com a realidade empresarial, uma área diferente do seu trabalho diário. Consideram ainda que é importante ganhar consciência que na administração pública existem recursos motivados e com competências transversais e, apesar das limitações e contingências, os desafios e processos da gestão empresarial aplicam-se em larga medida à gestão pública.

Olhar crítico

Ao fim de três semanas de competição os elementos da equipa explicam que “tomámos consciência de que gerir é prever e da importância de antecipar as consequências das nossas decisões e de adaptar estratégias de acordo com a monitorização dos resultados”. O chefe de equipa acrescenta que tanto para si como para as suas colegas, com a participação na competição, o seu pensamento está mais treinado ao nível da objetividade, assertividade, eficácia e concretização, bem como ganharam um olhar mais crítico e objetivo, por exemplo, ao analisar os relatórios de gestão resultantes de cada decisão.

Mas ao longo deste processo os quadros do TP têm sentido alguma dificuldade. Contam que o facto de as suas áreas de formação não estarem diretamente relacionadas com a gestão empresarial e/ou financeira, tem dificultado o desempenho.

Contudo e, se por um lado, na perspetiva de Miguel de Morais Sarmento, “dificulta o desafio, prova também que todas as competências ou áreas de conhecimento são válidas ao nível da gestão”.

AGARRADOS ÀS LIDERANÇAS

As equipas que estão a competir no Global Management Challenge 2015 tomaram esta semana a sua terceira decisão. Como se pode ver na tabela publicada em anexo e depois da tomada desta decisão, apenas 16 grupos mudaram de líder, sendo que os restantes 48 mantiveram a mesma equipa no topo. Um resultado que prova que as formações estão a agarradas à chefia dos seus grupos, uma vez que faltam apenas duas decisões para terminar a primeira volta da competição e no final apenas a equipa que tiver na liderança do seu grupo passa à segunda volta, agendada para setembro. Esta semana, a Caixa Geral de Depósitos é a entidade com mais equipas no topo de grupos, num total de seis. Em segundo lugar surge o Millennium BCP e a Portugal Telecom, ambos com cinco chefias. A Accenture, Instituto de Emprego e Formação Profissional, Staples e Essilor estão representados com quatro lideranças cada.

Colocar em prática conhecimentos adquiridos

Foi no final da licenciatura que Sérgio Nunes Martins participou na prova nos anos 90 e para si foi uma oportunidade de testar a realidade empresarial

Sérgio Nunes Martins é formado em informática e gestão de empresas pelos ISCTE-IUL e é técnico do núcleo de contabilidade analítica e controlo orçamental na SIBS GEST, uma empresa de serviços partilhados do Grupo SIBS. Estava a terminar a licenciatura no ano letivo de 1997/98 quando integrou esta iniciativa e conta que na altura a sua ambição, como finalista, era colocar em prática os conhecimentos adquiridos na universidade.

Lição de vida

“Na competição aprendi que, tal como na vida, para estar mais próximo de vencer devemos ser nós a construir o nosso próprio caminho. Concluí também que devemos aprender com as experiências dos outros, sejam positivas ou negativas, e tirar daí as nossas ilações, mas, no fim, deveremos ser nós a definir a nossa estratégia para alcançar os objetivos que traçámos”, explica Sérgio Nunes Martins. E é neste ponto que considera estar a chave do sucesso.

“Aprendemos a lição. Muitas vezes tentávamos seguir as jogadas que os líderes faziam e obtínhamos piores resultados do que quando jogávamos por nós. Ou seja, durante o processo mudámos várias vezes de estratégia para seguir os outros e o resultado foi que não conseguimos atingir os nossos objetivos, nem conseguimos perceber se a nossa estratégia tinha ou não algum valor”, relembra. No final a sua equipa ficou pela primeira volta.

Estratégia e planeamento

Durante as semanas de prova, Sérgio Nunes Martins e os seus colegas de equipa viveram esta experiência de forma intensa.

Um dos episódios que mais o marcou foi a festa de verão, que por norma se realizava a meio da competição, para a qual eram convidados os participantes e as empresas que os apoiavam, onde teve a oportunidade de falar e trocar impressões com gestores de topo.

“Estratégia, definição de objetivos, planeamento, trabalho em equipa, liderança e organização, foram os temas em que a nossa equipa mais falhou na altura e que, como tal, mais me lembro hoje. Nós estávamos bem preparados funcionalmente, éramos os melhores alunos do nosso curso, mas estávamos muito pouco preparados para definir e gerir uma estratégia para uma empresa”, explica Sérgio Martins. Acrescenta que quando começou a trabalhar, alguns dos aspetos que enumerou foram lidados por si de forma diferente do que tinha feito na prova, desta vez para melhor. E agora, a esta distância, pode associar essas melhores decisões às experiências vividas neste desafio que o fizeram crescer profissionalmente. “Atualmente, não tenho dúvidas que sou um profissional mais competente e eficiente porque tive a oportunidade de reconhecer a importância destas competências”, finaliza.

Veja o artigo publicado no Expresso: (clique aqui)

Maribela Freitas

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