Medidas de ação para o próximo governo

in Expresso, 23 de Maio 2015

Marques Mendes diz que é preciso objetivos bem definidos para o país.

Aumentar as exportações, apostar mais na economia do conhecimento e avaliar as políticas públicas são medidas avançadas por Luís Marques Mendes como necessárias para o país.

O advogado, político e comentador da SIC foi o convidado da última edição das “Conversas Com Sucesso”, organizada a 14 de maio, em Lisboa, pela rede AlumniGMC. Na iniciativa, moderada por Henrique Monteiro, redator principal do Expresso, Marques Mendes apresentou o que na sua opinião são “as prioridades do próximo governo”.

É com algum otimismo que o comentador encara o período que estamos a viver, considerando que o país saiu há um ano com sucesso de um programa de resgate económico, o que lhe devolveu credibilidade. Agora é tempo de consolidar os ganhos obtidos para não se ter uma recaída e preparar o futuro para que se possa voltar a viver com prosperidade e o mínimo de segurança e sustentabilidade.

Nas prioridades que Marques Mendes apresentou para reforçar a competitividade económica é necessário, entre outros aspetos, “reforçar, confirmar, garantir e apostar neste novo paradigma que finalmente começa a ser adquirido pela sociedade portuguesa de que temos de ter uma economia fortemente internacionalizada”.

Neste domínio é preciso ter uma orientação estratégica a pensar nalgumas regiões do mundo, nomeadamente África e América Latina, com quem temos relações privilegiadas e que são zonas de futuro no contexto da globalização. Alegou também que o país tem de ser mais ousado e ambicioso em termos de exportações e aumentá-las até ao final desta década.

Ainda no âmbito da competitividade, Luís Marques Mendes realçou a importância de se apostar cada vez mais na economia do conhecimento e numa forte ligação do sistema científico e tecnológico à vida das empresas. Temos um número significativo de investigadores que trabalham em laboratórios do Estado e na academia, mas na sua visão é preciso integrá-los no tecido empresarial e assim acrescentar valor aos nossos produtos, sustentou o orador convidado.

Para Luís Marques Mendes é relevante promover a sustentabilidade financeira e neste parâmetro entra em campo a da revolução, é preciso intervir. A reforma da segurança social é essencial, na medida em que o atual modelo está esgotado e para que tal aconteça é preciso um consenso político alargado.

Com larga experiência política, tendo integrado quatro governos, para o comentador é necessário também credibilizar a política e melhorar a qualidade dos políticos. Impõe-se a reforma do sistema eleitoral com a criação de ciclos uninominais e um ciclo nacional, bem como uma escolha mais criteriosa dos candidatos aos cargos políticos.

Luís Marques Mendes afirmou por fim que os políticos podem aprender com os gestores a “terem objetivos bem definidos, a estabelecer prioridades adequadas e a quantificar as promessas”.

É que, num período eleitoral como o que estamos a viver, avança-se com propostas e assumem-se compromissos, mas não se fazem contas e no final os políticos fazem o contrário do que prometeram, referiu.

Criada em 2011, a rede AlumniGMC é formada pelos antigos participantes do Global Management Challenge e as “Conversas Com Sucesso”, que a entidade organiza, são assumidas como um polo de discussão de assuntos variados.

Um desafio que prepara para a vida nas empresas

Paulo Hipólito participou no Global Management Challenge há 20 anos e explica como esta prova lhe abriu horizontes na área da gestão.

Formado em Engenharia Eletrotécnica pelo Instituto Superior Técnico e mestre em Gestão e Estratégia Industrial pelo Instituto Superior de Economia e Gestão, Paulo Hipólito é atualmente diretor de telemarketing para o segmento de consumo da Portugal Telecom.

Há 20 anos participou no Global Management Challenge e conta que foi um despertar para a interdependência das decisões na vida de uma empresa e de que o trabalho em equipa é a solução para o sucesso. Em 1995, quando Paulo Hipólito integrou esta competição de estratégia e gestão, tudo era diferente. A folha de decisões tinha de ser entregue por correio ou em mão na SDG o que levou a um episódio curioso com a equipa deste antigo participante. Lembra que o colega que tinha por missão entregar a decisão da equipa ficou retido no autocarro por causa de um acidente de viação e teve de sair do mesmo e ir a correr até à sede da SDG, para entregar a tempo a folha de decisão. Conseguiu cumprir o prazo de entrega, apenas por escassos minutos.

Trabalho de equipa
Mas não foi só o aspeto mais lúdico que Paulo Hipólito reteve da sua participação. Explica que “foi uma oportunidade extraordinária que nos preparou para a integração nas empresas e que nos ensinou muitos dos princípios de gestão que hoje usamos no nosso dia a dia”.

Percebeu também que existe uma quantidade de áreas funcionais nas organizações que é preciso alinhar para obter os melhores resultados e que isso só é possível com todos a remar no mesmo sentido. “Recordo sobretudo a dificuldade em conseguir um equilíbrio entre as várias variáveis de decisão para conseguir maximizar os resultados operacionais e financeiros.
Foi uma forma de percebermos que temos de ser objetivos na tomada de decisão com um forte trabalho de equipa”, salienta.

Conselhos de atuação
A equipa de Paulo Hipólito não venceu a final nacional, mas esteve presente na primeira e foi apenas na última jogada que conseguiu garantir a presença na segunda volta. Às formações que estão a competir aconselha a “analisarem com muito detalhe os dados que o histórico fornece e devem definir uma estratégia clara e construir um simulador que permita otimizar toda a componente operacional e financeira”. Avisa ainda que não devem deixar a tomada de decisão para a última hora. Para Paulo Hipólito, a competição foi uma aprendizagem.

Acredita que, sobretudo para os estudantes, participar no Global Management Challenge “é a forma mais rápida de perceberem que, para decidir, é preciso conhecer o contexto em que nos integramos e que os erros são a melhor oportunidade de aprendizagem”, finaliza.

Maribela Freitas

Veja o artigo publicado no Expresso: (clique aqui)

 

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